Andava eu de dedo entrapado (por causa da bicada da arara do Turner, com quem tive a última conversa) quando, devido à minha gaguez de infância, optei por ter umas sessões com Yao Ming, que é um dos terapeutas da fala da Nave dos Loucos. E para ele poder aperceber-se de até onde ia a minha disfunção, atirei-lhe uma pergunta: “És capaz de me explicar o que é que é, afinal, a liberdade?” Ele, sem fazer referência ao tempo que eu levei a dizer tão poucas palavras, respondeu, pausada e claramente:
Yao Ming no relax
Sobre isso havia muito que dizer. O mais importante, porém, é que a verdadeira liberdade não é ires aonde te apetece; a verdadeira liberdade é não teres vínculos de espécie nenhuma, nem sequer com o Deus. Tu não estás aqui para criar vínculos; estás aqui para recuperar a noção de que és uma “partícula” de Deus! Se achas que tens um vínculo com Deus, é porque não O tens sobre o teu altar interno. Se tivesses, não terias essa noção de vínculo; em vez disso, terias uma clara consciência de Quem és. Ou seja, a partir do momento em que considerares Deus internamente, o vínculo passa a ser contigo mesmo. Com quem havia de ser? A partir desse dia, começarás a ver os outros como criaturas que também poderiam ter um vínculo com eles mesmos. Com quem havia de ser? Mas não tardarás a dares-te conta que a maioria, infelizmente, não o tem. Têm um vínculo mas é com a parceria dos seus sonhos, que não há meio de encontrarem! Mas tu compreendes como as pessoas estão condicionadas por toda a sorte de “programações”, que nada têm a ver com o que elas realmente são. E, ao compreenderes, não criticas nem gozas com elas; sorris amorosamente e com compaixão, porque o que está exposto no teu altar interno impede que lhes apontes o dedo.
Aleluia! Finalmente, uma pessoa que diz “Deus” em vez de “Espírito”! Foi muito encorajador. Contudo, quando acabou aquela primeira sessão com o terapeuta da fala, fui para o meu beliche a pensar como é que raio se põe Deus seja onde for! Então ele não está em toda a parte?